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Filme médico Bezerra de Menezes

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (Riacho do Sangue, 29 de agosto de 1831 — Rio de Janeiro, 11 de abril de 1900), mais conhecido apenas como Bezerra de Menezes, foi um médico, militar, escritor, jornalista, político, filantropo e expoente da Doutrina Espírita.  

Filme

A vida de Bezerra de Menezes foi transposta para o cinema, na película Bezerra de Menezes – O Diário de Um Espírito, com direção de Glauber Santos Paiva Filho e Joel Pimentel.

A produção foi orçada em aproximadamente R$ 2,7 milhões, a cargo da Trio Filmes e Estação da Luz, com locações no Ceará, Pernambuco, Distrito Federal e Rio de Janeiro, tendo envolvido a mão-de-obra de uma equipe de cento e cinquenta pessoas.

Bezerra de Menezes – O diário de um Espírito

Veja:

Sua Biografia

Descendente de antiga família de ciganos fazendeiros de criação, ligada à política e ao militarismo na Província do Ceará, era filho de Antônio Bezerra de Menezes (tenente-coronel da Guarda Nacional) e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.[1]

 

Em 1842, como consequência de perseguições políticas e dificuldades financeiras, a sua família mudou-se para a antiga vila de Maioridade (Serra do Martins), no Rio Grande do Norte, onde o jovem, então com onze anos de idade, foi matriculado na aula pública de latim.

A carreira na Medicina

Em 1851, ano de falecimento de seu pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, naquele mesmo ano, iniciou os estudos de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

27 de abril de 1857 candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória “Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento”.[4] O académico José Pereira Rego leu o parecer na sessão de 11 de maio, tendo a eleição transcorrido na de 18 de maio e a posse na de 1 de junho do mesmo ano.

 

Em 1858 candidatou-se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.[2] Nesse ano saiu a sua nomeação oficial como assistente do Corpo de Saúde do Exército, no posto de Cirurgião-Tenente[2] e, a 6 de novembro, desposou Maria Cândida de Lacerda, que viria a falecer de mal súbito em 24 de março de 1863, deixando-lhe dois filhos, um de três e outro de um ano de idade.

“O médico verdadeiro é isto: não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto… O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado e achar-se fatigado ou por ser alta à noite, mal o caminho e o tempo, ficar perto ou longe do morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro – esse não é médico, é negociante da medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura.”

Trajetória política

Bezerra de Menezes

Ciente da indicação, Bezerra recusou-a inicialmente, mas, por insistência, acabou se comprometendo apenas em não fazer uma declaração pública de recusa dos votos que lhe fossem outorgados.

Foi eleito deputado Provincial pelo Rio de Janeiro em 1866, apesar da oposição do então primeiro-ministro Zacarias de Góis e dos chefes liberais – senador Bernardo de Sousa Franco (visconde de Sousa Franco) e deputado Francisco Otaviano de Almeida Rosa.

Retornou à política como vereador no período de 1873 a 1885, ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal, efetivando-se em julho de 1878, cargo que corresponderia atualmente ao de Prefeito.

Em sua atuação como deputado, destacam-se algumas iniciativas pioneiras: buscou, através de projeto de lei, regulamentar o trabalho doméstico, visando conceder a essa categoria, inclusive, o aviso prévio de 30 dias;

denunciou os perigos da poluição que já naquela época afetava a população do Rio de Janeiro, promovendo providências para combatê-la.

Foi membro, a partir de 1882, das Comissões de Obras Públicas, Redação e Orçamento.

Vida empresarial

Foi sócio fundador da Companhia Estrada de Ferro Macaé e Campos (1870).

Empenhou-se na construção da Estrada de Ferro Santo Antônio de Pádua, pretendendo estendê-la até ao rio Doce, projeto que não conseguiu concretizar.

1872).

Foi um dos diretores da Companhia Arquitetônica de Vila Isabel, fundada em Outubro de 1873 por João Batista Viana Drummond (depois barão de Drummond) para empreender a urbanização do bairro de Vila Isabel.

Em 1875, foi presidente da Companhia Ferro-Carril de São Cristóvão, período em que os trilhos da empresa alcançavam os bairros do Caju e da Tijuca.

Atividade Intelectual

Durante a campanha abolicionista publicou o ensaio “A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem danos para a Nação” (1869), onde não só defende a liberdade aos escravos, mas também a inserção e adaptação dos mesmos na sociedade por meio da educação.

Foi redator d’A Reforma, órgão liberal no Município Neutro, e, de 1869 a 1870, redator do jornal Sentinela da Liberdade.

Escreveu também outras obras, como

  • “A Casa Assombrada”,
  • “A Loucura sob Novo Prisma”,
  • “A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica”,
  • “Casamento e Mortalha”,
  • “Pérola Negra”,
  • “Lázaro, o Leproso”,
  •  “Os Carneiros de Panúrgio”,
  • “História de um Sonho” e
  •  “Evangelho do Futuro”

Sabe-se que Bezerra de Menezes era fluente em pelo menos três línguas além do português: latim, espanhol e francês.

Espiritismo e Federação Espírita Brasileira

Conheceu a Doutrina Espírita quando do lançamento da tradução em língua portuguesa de O Livro dos Espíritos

(sem data, em 1875), através de um exemplar que lhe foi oferecido com dedicatória pelo seu tradutor, o também médico Dr. Joaquim Carlos Travassos.

Sobre o contato com a obra, o próprio Bezerra registrou posteriormente:

 

Após estudar por alguns anos as obras de Allan Kardec, em 16 de agosto de 1886, aos cinquenta e cinco anos de idade, perante grande público

(estimado, conforme os seus biógrafos, entre mil e quinhentas e duas mil pessoas)

no salão de conferências da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, em longa alocução, justificou a sua opção em abraçar o Espiritismo.[10][14][15] O evento chegou a ser referido em nota publicada pelo “O Paiz”.

No ano seguinte, a pedido da Comissão de Propaganda do Centro da União Espírita do Brasil, inicia a publicação de uma série de artigos sobre a Doutrina em O Paiz,[2] periódico de maior circulação da época. Na seção intitulada “Spiritismo – Estudos Philosophicos”, os artigos saíram regularmente aos domingos, no período de 23 de outubro de 1887 a dezembro de 1893, assinados sob o pseudônimo “Max”.

Na década de 1880 o incipiente movimento espírita na capital (e no país)

estava marcado pela dispersão de seus adeptos e das entidades em que se reuniam.

Já havia também uma clara divisão entre dois “grupos” de espíritas:

os que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso (maior grupo, o qual se incluía Bezerra) e os que não aceitavam o Espiritismo nesse aspecto.

 

Organizou e presidiu um Congresso Espírita Nacional (Rio de Janeiro, 14 de abril),

com a presença de 34 delegações de instituições de diversos estados.

Assumiu a presidência do Centro da União Espírita do Brasil a 21 de abril e, a 22 de dezembro de 1890, oficiou ao então presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal Brasileiro de 1890.

Legado

Arregimentarás todos os elementos dispersos, com as dedicações do teu espírito, a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos de reforma e regeneração.

” Bezerra foi também homenageado em Anápolis, Goiás, em 1982, com o nome de uma escola de ensino fundamental

– Escola de 1º Grau Bezerra de Menezes -,

que atende a 200 alunos conveniados com a rede estadual de Goiás.

Em Fortaleza, capital do estado do Ceará, sua terra natal, há uma avenida com o seu nome, situada no então distrito que

levava o nome de seu pai, Antônio Bezerra, atualmente desmembrado em vários bairros, sendo a mencionada avenida

situada entre os bairros Parquelândia, São Gerardo e Otávio Bonfim.

O “Kardec Brasileiro”

Pela atuação destacada no movimento espírita da capital brasileira no último quartel do século XIX, Bezerra de Menezes

foi considerado um modelo para muitos adeptos da Doutrina.

Essas características, somadas à sua militância na divulgação e na reestruturação do movimento espírita no país, fizeram com que fosse considerado o “Kardec Brasileiro”,[20] numa homenagem devida ao papel de relevância que desempenhou.

Instituições de que foi membro

  • Academia Nacional de Medicina (Honorário na Secção Cirúrgica)
  • Instituto Farmacêutico
  • Sociedade de Geografia de Lisboa
  • Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional
  • Sociedade Físico-Química
  • Sociedade Propagadora das Belas Artes
  • Sociedade Beneficência Cearense (Presidente)
  • Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro (Conselheiro)
  • Federação Espírita Brasileira (Presidente)
  • Companhia Ferro-Carril de São Cristóvão (Presidente)
  • Companhia Estrada de Ferro Macaé e Campos (Fundador)
  • Companhia Arquitetônica de Vila Isabel (Director)

Artigos e obras publicadas

Bezerra de Menezes

1856 – “Diagnóstico do Cancro”

1857 – “Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento”

1859 – “Curare”

1869 – “A Escravidão no Brasil, e medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação”

1877 – “Breves considerações sobre as secas do Norte”

“Das operações reclamadas pelo estreitamento da uretra”

Biografia de Manuel Alves Branco, visconde de Caravelas

Biografia de Paulino José Soares de Sousa, visconde do Uruguai

1892 – Publicação da sua tradução de Obras Póstumas, de Allan Kardec

1902 – “A Casa Assombrada” (Romance originalmente publicado no Reformador e, postumamente, em livro, pela FEB)

1907 – “Espiritismo (Estudos Filosóficos)” (coletânea dos artigos publicados em O Paiz no período de 1877 a 1894, publicada pela FEB em três volumes)

1983 – “Os Carneiros de Panúrgio” (Romance originalmente publicado no Reformador e, postumamente, em livro, pela FEESP)

1946 – “A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica” (Réplica a seu irmão que lhe exprobrava a conversão ao

Espiritismo, publicada postumamente, em livro, pela FEB)

1920 – “A Loucura sob Novo Prisma” (Estudo etiológico sobre as perturbações mentais, publicado pela FEB

“Casamento e Mortalha”

“Evangelho do Futuro”

“História de um Sonho”

“Lázaro, o Leproso”

“O Bandido”

“Os Mortos que Vivem”

“Pérola Negra”

“Segredos da Natura”

“Viagem através dos Séculos”

Principais obras e mensagens mediúnicas atribuídas a Bezerra de Menezes

Através de Divaldo Pereira Franco, comunicações nas seguintes obras

1991 – “Compromissos Iluminativos” (coletânea de mensagens, ed. LEAL)

Através de Francisco Cândido Xavier, comunicações nas seguintes obras

1973 – “Bezerra, Chico e Você” (coletânea de mensagens, ed. GEEM)

1986 – “Apelos Cristãos” (coletânea de mensagens, ed. UEM)

“Nosso Livro”

“Cartas do Coração”

“Instruções Psicofônicas”

“O Espírito da Verdade”

“Relicário de Luz”

“Dicionário d’Alma”

“Antologia Mediúnica do Natal”

“Caminho Espírita”

“Luz no Lar”

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