Sob o ângulo espírita para para Evoluir, percebemos que a família
geralmente é um grupo de espíritos ligados por desajustes ou necessidades de aprimoramento, a família é um laboratório de experiências reparadoras.
Que bom se a ideia que surge em sua cabeça ao pensar na família, Evoluir é uma ideia boa, positiva.
Você sabe que a família é um grupo de espíritos ligados por desajustes ou necessidades de aprimoramento, a família é um laboratório de
experiências reparadoras.
A proximidade entre os membros familiares, o compartilhamento do espaço, o conhecimento aprofundado das pessoas que nos são mais próximas
nos possibilita um convívio sem máscaras para Evoluir.
Na vida em sociedade as máscaras são úteis e até necessárias.
Em nosso estágio para Evoluir não podemos demonstrar permanentemente o que sentimos e o que pensamos sem ferir as pessoas à nossa volta.
Mas isso é na vida em sociedade, lá fora, na rua, no trabalho, entre colegas e vizinhos.
As pessoas economicamente ativas, na maior parte das vezes, passam mais tempo no trabalho do que em casa.
O funcionário humilde e cabisbaixo pode ser um pai rigoroso e severo em casa, a executiva exigente de uma organização mostra-se frágil e sem
pulso no lar, o chefezinho autoritário não é respeitado por ninguém onde habita.
Veja:
Realmente nefasto das relações para Evoluir
Mas o lado realmente nefasto das relações domésticas é a intimidade desrespeitosa que se cria com o tempo em muitas famílias.
Tratam-se por apelidos pejorativos, procuram defeitos uns nos outros numa disputa baixa e cruel em que a maneira de elevar-se é rebaixando o próximo.
Você já parou para pensar que não se dá a liberdade de fazer certas brincadeiras com colegas e amigos, mas que faz essas brincadeiras com os
familiares?
Você se dá conta de que em casa você se despe do verniz social que o torna bem aceito pela sociedade e deixa transparecer o que há de podre em você?
Se tivéssemos pelos colegas e amigos
Se tivéssemos pelos colegas e amigos, se tivéssemos pelas pessoas em geral o mesmo afeto que temos por nossos familiares;
e se tivéssemos pelos nossos familiares o mesmo respeito e a mesma noção de distanciamento que temos pelos outros, as relações estariam mais
próximas do razoável.
E aos outros, aos quais respeitamos mais e mantemos um certo distanciamento discreto, raramente dedicamos qualquer sentimento maior do que a
simples simpatia.
Talvez a explicação para esse fenômeno seja justamente o fato de que formamos as famílias em busca de reparação de erros pretéritos, como forma
de aprendizado conjunto que às vezes vem de milênios!
Mas o conhecimento de que há uma causa milenar gerando efeitos em nosso cotidiano não nos isenta da responsabilidade de tentar, todos os dias
de nossas vidas, vencer a nós mesmos.
O que há é apenas o bom e velho exercício da tolerância, e do respeito, e da paciência, e do amor, essas coisas todas que já sabemos, mas que
precisamos estar sempre lembrando, sempre trazendo à mente, até que, um dia, passem a fazer parte para Evoluir e de nossas características de espírito imortal.
A Família como Instrumento de Redenção Espiritual
Espiritismo coloca, pois, sob perspectiva inteiramente renovada e até inesperada, além de criativa e realista, a difícil e até agora inexplicável
problemática do inter-relacionamento familial.
Se um membro de nossa família tem dificuldades em nos aceitar, em nos entender, em nos amar, podemos estar certos de que tais dificuldades
foram criadas por nós mesmos num relacionamento anterior em que as nossas paixões ignoraram o bom senso.
Ponto de encontro de muitas dessas antipatias, que necessitam do toque mágico do amor e do entendimento, é a família consangüínea, célula de
um organismo mais amplo que é a família espiritual, que por sua vez, é a célula da instituição infinitamente mais vastas que são a família mundial e,
finalmente, a universal.
A Doutrina considera
A Doutrina considera a instituição do casamento como instrumento do “progresso na marcha da humanidade” e, reversamente, a abolição do
casamento como “uma regressão à vida dos animais”.
Ao comentar as questões indicadas, Kardec acrescentou que – “O estado de natureza é o da união livre e fortuita dos sexos.
O casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se observa entre
todos os povos, se bem que em condições diversas”.
No que, mais uma vez, estão de acordo estudiosos do problema do ponto de vista científico e formuladores e divulgadores da Doutrina Espírita.
Isto nos leva à delicada questão do divórcio, reconhecido como uma das principais causas desagregadoras do casamento e, por extensão, da família.
Perguntados sobre se “Está na lei da Natureza, ou somente na lei humana a indissolubilidade absoluta do casamento”, responderam na seguinte forma:
O que, exatamente, quer dizer isso?
Em primeiro lugar, convém chamar a atenção para o fato de que a resposta foi dada no contexto de uma pergunta específica sobre a
indissolubilidade absoluta.
Realmente, a lei natural ou divina não impõe inapelavelmente um tipo rígido de união, mesmo porque o livre arbítrio é princípio fundamental, direito
inalienável do ser humano.
lei natural, por conseguinte, não iria traçar limites arbitrários às opções humanas, encadeando homens e mulheres a um severo regime de
escravidão, que poderá conduzir a situações calamitosas em termos evolutivos, resultando em agravamento dos conflitos, em lugar de os resolver,
ou pelo menos atenuá-los.
Que dentro desse espaço se movimente a criatura humana no exercício pleno de seu livre arbítrio e decida o que melhor lhe convém, ante o
conjunto de circunstâncias em que se encontra.
São muitos, senão maioria, os que se unem na expectativa de muitos anos de turbulência e mal-entendidos porque estão em débito com o parceiro
que acolhem, precisamente para que se conciliem se ajustem, se pacifiquem e se amem ou, pelo menos, se respeitem e estimem.
Casamento é compromisso espiritual previamente negociado
O casamento é compromisso espiritual previamente negociado e acertado, ainda que nem sempre aceito de bom grado pelas partes envolvidas.
Como também pode exorbitar da sua desejável moderação o parceiro que vem para receber a reparação, e em lugar de recolher com serenidade o
que lhe é devido (e outrora lhe foi negado) em atenção, apoio, segurança e afeto, assume a atitude do tirano arbitrário que, além de exigir com
intransigência o devido, humilha, oprime e odeia o parceiro que, afinal de contas, está fazendo o possível, dentro das suas limitações, para cumprir
seu compromisso.
Se um dos parceiros da união, programada com o objetivo de promover uma retificação de comportamento, utilizou-se insensatamente da sua
faculdade de livre escolha, optando pelo ódio e a vingança, quando poderia simplesmente recolher o que lhe é devido por um devedor disposto a
pagar, seria injusto que a lei recusasse a este o direito de recuar do compromisso assumido, modificar seus termos, ou adiar a execução,
assumindo, é claro, toda as responsabilidades decorrentes de seus atos, como sempre, aliás.
A lei divina não coonesta
A lei divina não coonesta a violência que um parceiro se disponha a praticar sobre o outro.
É preciso lembrar, contudo, que a vítima também se encontra envolvida com a lei, que, paradoxalmente, irá exibir a reparação da falta cometida, não
para vingá-la, mas para desestimular o faltoso, mostrando-lhe que cada gesto negativo cria a sua matriz de reparação.
Assim a própria vítima de um gesto criminoso é também um ser endividado perante a lei, por alguma razão concreta anterior, ainda que ignorada.
Se, em lugar de reconciliar-se, ela se vingar, estará reabrindo sua conta como novo débito em vez de saldá-la.
lei natural, portanto, não prescreve a indissolubilidade mandatária e absoluta do casamento, como a caracterizou Kardec na sua pergunta.
Isso, contudo, está longe de significar uma atitude de complacência ou de estímulo à separação dos casais em dificuldades.
O divórcio é admissível, em situações de grave conflito, nas quais a separação legal assume a condição de mal menor, em confronto com opções
potencialmente mais graves que projetam ameaçadoras tragédias e aflições imprevisíveis: suicídios, assassinatos, e conflitos outros que destroem
famílias e acarretam novos e pesados compromissos, em vez de resolver os que já vieram do passado por auto-herança.
Precipitadamente ao primeiro
Convém, portanto, atentar para todos os aspectos da questão e não ceder precipitadamente ao primeiro impulso passional ou solicitação do
comodismo ou do egoísmo.
que a lei divina prescreve para o casamento é o amor, na sua mais ampla e abrangente conotação, no qual o sexo é apenas a expressão física de
uma profunda e serena sintonia espiritual.
Que ninguém os separe, mesmo porque, atingida essa fase de sabedoria, entendimento e serenidade, os Espíritos pouco se importam de que os
vínculos matrimoniais sejam indissolúveis ou não em termos humanos, dado que, para eles vige a lei divina que já os uniu pelo vínculo supremo do amor.
Em suma, recuar ante uma situação de desarmonia no casamento, de um cônjuge difícil ou de problemas aparentemente insolúveis é gesto e
fraqueza e covardia de graves implicações.
Estaremos recusando exatamente o remédio prescrito para curar mazelas persistente que se arrastam, às vezes, por séculos ou milênios aderidas à
nossa estrutura espiritual.
Separação e o divórcio constituem, assim, atitudes que não devem ser assumidas antes de profunda análise e demorada meditação que nos levem
à plena consciência das responsabilidades envolvidas.
Como escreveu Paulo com admirável lucidez e poder de síntese.
_ “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”.
No contexto da família que vem desaguar um volume incalculável de consequências mais ou menos penosas resultantes de desacertos anteriores,
de decisões tomadas ao arrepio das leis flexíveis e, ao mesmo tempo, severas, que regulam o universo ético em que nos movimentamos.
Para que um dia possamos desfrutar o privilégio de viver em comunidades felizes e harmoniosas, aqui ou no mundo póstumo, temos de aceitar,
ainda que relutantemente, as regras do jogo da vida.
O trabalho da reconciliação com espíritos que prejudicamos com o descontrole de nossas paixões, nunca é fácil e, por isso, o comodismo nos
empurra para o adiantamento das lutas e renúncias por onde passa o caminho da vitória.
Como foro natural de complexos problemas humanos e núcleo inevitável das experiências retificadoras que nos incumbe levar a bom termo, a
família é instrumento da redenção individual e, por extensão, do equilíbrio social.